quarta-feira, 15 de julho de 2009

Regras

É suposto entrar-se devagar quando se entra num ambiente novo e cujas regras se não conhecem.
Ao entrar carregamos connosco toda a experiência adquirida ao longo da vida, incluindo na vida profissional, e isso pode dar-nos uma falsa segurança, convencidos de que estamos à vontade.
Não nos podemos esquecer de que as regras do "sítio" novo podem ser-nos não apenas desconhecidas mas mesmo estranhas.
O suposto problema reside na circunstância de que, embora nos possam parecer estranhas, são tais regras aquelas que ditam o modo como se regem as relações entre as pessoas que frequentam o tal "sítio", seja ele qual for.
E essa circunstância leva a que um "novato" possa ser olhado de esguelha quando entra sem verificar primeiro as regras da casa.
A Ordem dos Advogados é um desses sítios, novo para quem entra, uma Casa com regras que, para alguns, poderão parecer estranhas. Todavia, são essas regras que asseguram o respeito entre Colegas e com terceiros, que nos permitem balizar o nosso comportamento no exercício do patrocínio.
A falta de observância das regras comportamentais - porque se entrou depressa demais - pode dar origem à prática de ilícitos disciplinares, mas pode acima de tudo e com maior frequência, causar mau estar em quem já estava. Desse mau estar a um malentendido é apenas um pequeno passo.
Dito doutra maneira, e porque nesta profissão a antiguidade é um posto, ao entrar convém descobrir qual é o galho que nos pertence :)

domingo, 12 de julho de 2009

Mafia Wars não é só um jogo

Entrei para o Facebook há uns meses, vendo-o como mais uma rede social. Adicionei os amigos do costume e mais alguns novos, fiz e recebi convites.
Dentro do Facebook funcionam milhares de aplicações (quizzes para todos os gostos e sem gosto nenhum, envio de sorrisos, beijos, corações, fraldas sujas, flores e tudo o mais que se possa imaginar).
Há pouco mais de um mês recebi um convite de um amigo para me juntar à sua "mafia" no jogo "Mafia Wars", um jogo no qual o objectivo é combater as outras "famílias de mafiosos", supostamente praticando todo o tipo de ilegalidade e violência. Aceitei o convite para o ajudar a fazer crescer a sua "família", mas entretanto viciei-me no jogo.
Sucede, porém, que o Mafia Wars é muito mais do que um jogo.
Para avançar precisamos não apenas de ter muitos amigos - porque só com uma "família" grande conseguimos resistir aos ataques das "famílias" rivais - mas também de armas e outros objectos. Ora, são as trocas entre os membros da família que a tornam mais forte como um todo: as armas, os telemóveis indetectáveis, as cartas chantagistas, os registos de transacções ilegais são itens necessários ao progresso do jogo. Quanto mais eu avançar mais forte fico, portanto mais posso ajudar. Para eu ficar forte os membros mais fortes da família dão-me os itens de que eu necessito, e que normalmente têm em excesso e não podem utilizar.
O egoísmo ou a ganância prejudicam não só o jogador individual mas também a família a que pertence.
Entrei devagarinho, a tentar perceber as regras daqueles que estavam em níveis muito mais avançados e tinham "famílias" gigantescas (a partir de certo nível ter menos de 500 amigos no Mafia Wars é suicídio).
Aprendi que não se espera que eu agradeça quando me mandam um item de que preciso: é suposto eu retribuir ajudando um membro da "família" que seja mais fraco do que eu.
É mal visto roubar as propriedades de outras "mafias" (hipótese que o jogo oferece mas que só é utilizada por quem pertence a grupos pequenos, que ataca e foge em vez de enfrentar uma luta "cara a cara").
Quando alguém de outra "mafia" ataca alguém da nossa "família" a ponto de o deixar na bancarrota, ou se o puser várias vezes na lista dos "procurados"para ser "abatido" é lançado um alerta e todos retaliam, em defesa do membro mais fraco.
O jogo está activo 24 horas por dia: tenho amigos mafiosos virtuais na Austrália, na Ásia, na Europa e no continente americano. De manhã os indonésios estão a despedir-se para ir dormir, e à hora de almoço começam a aparecer os americanos, para umas "lutas" antes de irem trabalhar.
Há pouco tempo um amigo americano postou um desabafo: estamos a jogar em 5 continentes, 24 horas por dia, 7 dias por semana, ajudando-nos uns aos outros, sem olhar a raça, credo, sexo ou o que seja: os líderes dos nossos países deviam era vir jogar este jogo para aprenderem como é possível conviver, entreajudar, defender os fracos e distribuir a riqueza em excesso, em prol do bem comum.
Eu sou suspeita, porque estou viciada no jogo, mas acho que ele tem toda a razão!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Regresso à base


Regressada de uma longa e custosa travessia do deserto, voltei à blogosfera para me deparar com a notícia de que o ângulo atribuiu a este blog o Prémio Lemniscata.
Vindo o prémio de quem me levou a abalançar na aventura de bloggar, a nomeação surpreendeu-me, e recebi-o com a responsabilidade de escrever coisas que se aproveitem.
O selo deste prémio foi criado a pensar nos blogs que demonstram talento, seja nas artes, nas letras, nas ciências, na poesia ou em qualquer outra área e que, com isso, enriquecem a blogosfera e a vida dos seus leitores."
Sobre o significado de LEMNISCATA:
LEMNISCATA: “curva geométrica com a forma semelhante à de um 8; lugar geométrico dos pontos tais que o produto das distâncias a dois pontos fixos é constante.”
Lemniscato: ornado de fitas Do grego Lemniskos, do latim, Lemniscu: fita que pendia das coroas de louro destinadas aos vencedores(In Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora).
Acrescento que o símbolo do infinito é um 8 deitado, em tudo semelhante a esta fita, que não tem interior nem exterior, tal como no anel de Möbius, que se percorre infinitamente
."
Como em tudo, a atribuição de um prémio não é o fim do caminho, mas apenas o seu princípio: continuar a trabalhar no sentido em que alguém, seja qual fosse o motivo, entendeu que era meritório.
De acordo com as regras do prémio, aqui ficam as minhas sete nomeações: