sexta-feira, 25 de junho de 2010

Descobertas e sempre novo

Em passagem rápida pela blogosfera, detectei que foi eliminado um determinado post de 25/4/2009 que me era dedicado.
Foi apagado cerca de um ano depois de ter sido escrito e eu conheço o seu autor o suficiente para saber porque o apagou, quando só ele e eu sabemos aquilo a que estava associado.
Porém, não percebo a eliminação apenas um ano depois. Medo de memórias? Fazer de conta que não aconteceu? Ou apenas raiva de si próprio?
Mas isso também não interessa.
Eu não apago memórias. Eu sou o conjunto de tudo o que fiz e do que vivi, e não tenho medo nem vergonha das minhas memórias, por muito ultrapassadas que elas estejam.
Portanto, e porque era 25 de Abril de madrugada:
E Depois Do Adeus (letra de José Nisa)

terça-feira, 15 de junho de 2010

Prazos e dedos

Hoje alguém me disse que aprendeu (comigo) a contar prazos pelos dedos. Aprendeu nada!!!!
Os prazos não se contam pelos dedos.
Com aquela cara que Deus me deu para usar nos dias bons e que faz os meus alunos arquearem as sobrancelhas quando olham para mim, eu proibi (proibo) a contagem de prazos pelos dedos. Como é a ladainha? "Os prazos contam-se pelo calendário ou pela agenda, NÃO se contam pelos dedos e muito menos de cabeça."
Porque em processo civil 8+10 não são 18, são 17 (o dia 8 também conta...), os prazos não se contam de cabeça.
Porque os dedos não chegam para prazos superiores a 10 dias, não se contam pelos dedos.
Um advogado evita armadilhas, especialmente armadilhas que podem ser causadoras do nosso maior pânico: deixar passar um prazo.
Porém, há uma coisa que eu ensino a contar pelos dedos: a presunção de notificação do art. 254º, nº 3 do CPC.
O polegar é a data da expedição da carta ou da elaboração electrónica; os três dedos seguintes são os 3 dias de "correio", sendo o anelar o dedo que corresponde à data da notificação; o dedo mindinho é o primeiro dia do prazo.
Há um desenho que explica isto. Encontram-no nos apontamentos dos meus formandos, e é uma mão aberta :)
Moral da história; podem usar os dedos para encontrar uma data presumida, não os podem usar para contar PRAZOS.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já foi coberto de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Luís Vaz de Camões