No primeiro dia, eram quatro de um lado e sete do outro. Quatro expectantes e sete desconfiados.
Começaram a conversar. De mãos abertas mas posição e olhar firme.
Entre sessões interrompidas por almoços foram-se conhecendo.
Trabalharam ao longo de meses, o melhor que sabiam e podiam, e os deixavam.
No meio das suas divergências encontraram um modo de convergir, ajudados por quem presidia e procurava o consenso, ajudados pelos restantes, dispostos a conseguir a harmonia pelo bem comum mas nunca cedendo naquilo que era essencial.
Em Évora descobriram que falavam a uma só voz. Que no essencial não havia divergências.
Deixaram trabalho feito.
Saíram todos ao mesmo tempo, sem hesitações.
No último dia, na despedida, um deles disse: "Ser Advogado é convergir na diferença. Demonstrámos que é possível fazê-lo a partir das diferenças de cada um."
É possível ter posições divergentes e ainda assim encontrar os princípios que fazem a união.
É isso que é ser Advogado.
É algo que parecia estar esquecido e foi reconfortante testemunhar a chama acesa.