Está marcada a nova época de orais das provas de agregação.
A notícia chegou-me por via do pedido de indicação de datas disponíveis para integrar júris, mas de imediato tive o eco dos estagiários.
Terão reagido, quase todos, com aquela sensação de frio no estômago, postos perante a evidência de que está à porta a última prova antes de lhes poder ser concedida a cédula vermelha (que mais parece um cartão de crédito...).
Eu gosto de integrar júris de provas orais: ali está um(a) candidato(a) que vem demonstrar que pode exercer "sem rede", alguém que entra "incompetente" segundo alguns (e hoje não me apetece ser mais cáustica do que isto) e sai um(a) Colega igual a mim.
Há dois conselhos que eu dou aos estagiários que me procuram na aflição destas alturas:
1.º - Prepare bem o tema, porque uma boa exposição revela a capacidade de síntese de que um Advogado tem de dar mostras E porque permite ganhar segurança antes de entrar no "desconhecido" das perguntas seguintes.
2.º - Tenha calma (dentro do possível). Um Advogado é muitas vezes obrigado a resolver problemas em situações de stress e saber dominar os nervos é meia prova feita.
"Vou estudar", dizem-me. E eu pergunto invariavelmente "Mas estudar O QUÊ?".
É impossível saber tudo. A única coisa que é possível "estudar" são os Códigos.
Pela Vossa saúde, USEM E ABUSEM dos Códigos na prova oral: o disco rígido do meu computador conhece a lei de cor e encontra-a mais depressa do que eu, mas a Advogada sou eu! Não me podem exigir que responda sem ver a lei, portanto de um estagiário não se pode exigir que dê respostas de cor, não se pode exigir que responda sem ver a lei.
Primeira Lei de Mira: quando tiverem a certeza vão ver a lei.