Quando eu comecei o estágio, em finais de 1989, havia sessões de formação na Ordem dos Advogados.
Éramos 10 ou 15 numa sala de aula, com um formador por cada uma das áreas obrigatórias.
Devia haver umas (poucas) centenas de novos advogados por ano.
Quando entrei para a formação, em finais de 2003, havia cerca de 1500 novos advogados estagiários por ano, distribuídos por dois cursos de estágio.
Quando eu comecei, o estágio assentava primordialmente na figura do "patrono tradicional". Eu tive a sorte de ter como Patrono um excelente Advogado que sabia ser patrono. Fui a sombra dele durante a primeira parte do estágio, até ser capaz de o substituir nos seus impedimentos e de colaborar com ele na condução dos processos.
Os tempos mudaram, e a figura do "patrono tradicional" está em crise.
São raros os estágios feitos nas condições em que eu o fiz, permanentemente apoiada enquanto me ensinavam a "voar", objecto de atenção mas também de muita exigência.
Tenho pena.
Mas temos de nos adaptar às mudanças e estar atentos à realidade: não há patronos que cheguem, patronos como aquele que eu tive, atentos, exigentes, que delegam competências, ensinam e partilham, que sabem e gostam de ensinar.
Não basta "saber", é preciso saber "ensinar a fazer".
Ao longo dos anos deparei-me com advogados estagiários que só nas sessões de formação inicial encontravam alguém que tivesse tempo, que quisesse e gostasse de explicar vezes sem conta até ser percebido, que "ensinasse a fazer". E não eram poucos os estagiários nessas condições...
Se a realidade é esta, impõe-se EXIGIR que a formação ministrada na fase de formação inicial seja de qualidade.
Sob pena de próximas gerações de advogados ficarem entregues às feras.
Éramos 10 ou 15 numa sala de aula, com um formador por cada uma das áreas obrigatórias.
Devia haver umas (poucas) centenas de novos advogados por ano.
Quando entrei para a formação, em finais de 2003, havia cerca de 1500 novos advogados estagiários por ano, distribuídos por dois cursos de estágio.
Quando eu comecei, o estágio assentava primordialmente na figura do "patrono tradicional". Eu tive a sorte de ter como Patrono um excelente Advogado que sabia ser patrono. Fui a sombra dele durante a primeira parte do estágio, até ser capaz de o substituir nos seus impedimentos e de colaborar com ele na condução dos processos.
Os tempos mudaram, e a figura do "patrono tradicional" está em crise.
São raros os estágios feitos nas condições em que eu o fiz, permanentemente apoiada enquanto me ensinavam a "voar", objecto de atenção mas também de muita exigência.
Tenho pena.
Mas temos de nos adaptar às mudanças e estar atentos à realidade: não há patronos que cheguem, patronos como aquele que eu tive, atentos, exigentes, que delegam competências, ensinam e partilham, que sabem e gostam de ensinar.
Não basta "saber", é preciso saber "ensinar a fazer".
Ao longo dos anos deparei-me com advogados estagiários que só nas sessões de formação inicial encontravam alguém que tivesse tempo, que quisesse e gostasse de explicar vezes sem conta até ser percebido, que "ensinasse a fazer". E não eram poucos os estagiários nessas condições...
Se a realidade é esta, impõe-se EXIGIR que a formação ministrada na fase de formação inicial seja de qualidade.
Sob pena de próximas gerações de advogados ficarem entregues às feras.