domingo, 28 de novembro de 2010

Acto eleitoral

No dia/noite de eleições encontro sempre Colegas que não vejo desde as eleições anteriores; somos quase sempre os mesmos a estar nas mesas de voto, das 10 da manhã até acabar (sempre pela madrugada dentro).
Embora eu adore o dia e a noite de eleições - porque nesse dia faço parte daquele acto da democracia em acção - fico sempre extenuada. E como eu, os outros que lá estiveram.
Porque são horas a fio de pé, sem refeições decentes, às vezes sem ter sequer a oportunidade de petiscar qualquer coisa que nos trazem em tabuleiros, com a enorme responsabilidade de garantir o cumprimento das regras e a manutenção do anonimato no voto por correspondência; sobem-se e descem-se milhares de degraus.
Há momentos de gargalhada mas também de incredulidade, especialmente nas mesas do voto por correspondência (as minhas preferidas, porque são aquelas de maior stress):
- quando se abre o sobrescrito grande e de lá de dentro cai um Bilhete de Identidade (o original), deduz-se que para que alguém faça o reconhecimento da assinatura...
- quando o mesmo envelope traz os votos mas não traz o papelinho com o reconhecimento da assinatura
- quando o reconhecimento de assinatura´se mostra feito pelo próprio eleitor
- quando, na altura da contagem e abertura do voto, se verifica que este vem assinado
- quando dentro do envelope grande vem fotocópia do Bilhete de Identidade do eleitor (sem vir acompanhado do ncessário reconhecimento da assinatura).
A única explicação para isto é a total distracção (?) de muitos eleitores, que não só não leram as instruções que acompanhavam os votos como aparentemente não fazem a mais pequena ideia de como se reconhece uma assinatura.
Estou convencida de que a maior parte dos Advogados não sabe como se processa o acto eleitoral na Ordem dos Advogados.
Muitos Advogados parecem não saber sequer votar para a Ordem, o que ainda é pior.
Em vez de serem sempre os mesmos a dar o seu tempo, talvez fosse uma ideia que outros se dispusessem a colaborar neste dia, para que a "carga" pudesse ser distribuída por mais Colegas.
Se outros colaborassem, talvez se evitassem situações como aquelas que referi supra, porque haviam de aprender qualquer coisa.
É claro que quem não participa na contagem de votos perde momentos inesquecíveis: o voto em Santo Ivo; o voto com um risquinho a caneta - que provavelmente seria validado - confirmado depois pelas palavras "a rasura deve-se a lapso. assinatura", o que invalida irremediavelmente o voto; e o meu preferido, que é o voto que se abre e vem recortado (em forma de borboleta, de barco, de crianças a dar a mão...).
Enfim, talvez tudo se explique. Afinal, a maioria dos Advogados escolheu António Marinho Pinto como Bastonário.

1 comentário:

  1. lá nos reencontramos daqui a 3 anos para mais um dia de aventuras numa mesa eleitoral :)

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