quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Dia de (eu) ser imbecil

De um modo geral detesto gente que se põe em bicos de pés, que invoca louvores inexistentes e medalhas gordurosas.
Gente que puxa dos galões com razão e sem razão.
Nos dias que correm ser discreto é a excepção e a humildade está em vias de extinção.
Hoje deu-me para me lembrar de puxar pelo único galão que ostento com orgulho e de deixar de ser humilde, quando verifico que aquilo que se pede é imbecilidade.
Desculpem a falta de humildade (de vez em quando tenho o direito de ser igual à maralha), lembrando aquilo que o Senhor Dr. JC Mira escreveu sobre mim, há uns anos, num post que me emudeceu e que pela primeira vez invoco em público:
"Há coisas que devem ser ditas, e esta é uma delas.
Ainda não vos disse porque é que "requisitei" a Sra Dra TAA para o " meu grupo" de formação.
Aqui há pouco mais de dois anos passei a encontrar com impressionante regularidade uma "visitante" que aqui aparecia a esclarecer, com assinalável acerto e ponderação, e notável "amor à camisola", que assinava TAA e que o remetente me dizia chamar-se "Teresa Alves Azevedo"
Confesso que na altura "não liguei o nome à pessoa" e foi ela que "se apresentou" recordando-me ter litigado "contra mim" uns anos antes e recordando-me o caso em questão.
Devo dizer que, por razões que aqui não relevam, o caso em questão foi, inquestionavelmente, o de maior melindre deontológico que tive em toda a vida.
A Sra Dra TAA só teve intervenção na audiência de julgamento, razão pela qual não recordei de imediato o nome dela.
Devo dizer-vos, porém, que me impressionou a postura deontológica dela em toda a sua intervenção, apesar de ser uma jovem ( e ainda é ! ) Advogada com todo o "ar" de ter acabado o estágio há pouco tempo.
Foi um processo que decorreu num nível de intervenção deontológica de tal forma elevado que o próprio senhor juiz do processo fez questão de salientar este aspecto em várias passagens da sentença que proferiu. Nunca me tinha acontecido antes, nem voltou a acontecer depois.
Lembra-se, Teresa ?
Então ali estava alguém que manifestamente sabia muito de processo civil; manifestava total disponibilidade para ajudar quem precisava; explicava as coisas de maneira que até um menino de 5 aninhos percebia, e ainda por cima tinha revelado ser de um rigor deontológico marcante e eu não ia aproveitar?
É exactamente por isso que jamais pediria para dar formação aos colegas mais novos a alguém que entenda que um estagiário que copiou por uma minuta tem "todo o direito" de afirmar que não copiou!"

Nunca lhe disse, Dr. Mira, mas lembro-me, sim, como se fosse ontem...

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Dá licença que pergunte?

No âmbito do Processo de Recrutamento e Selecção de Formadores para os Centros de Estágio, o prazo para entrega das candidaturas terminou no dia 8 de Novembro p.p..
De 8 de Novembro até eu sair do escritório no dia 23, para gozar o período natalício em família, de notícias nada.
Por acaso, só por acaso, abri o computador durante o período de Natal e dei-me ao trabalho de abrir o Outlook.
Descubro então que no dia 23 DE DEZEMBRO, AO FIM DA TARDE (a minha notificação foi expedida às 18:04 horas), os candidatos a formador foram notificados para comparecer no PORTO, a partir do dia 27 de Dezembro, pelas 9:30 horas.
Leram bem: notificados depois das seis da tarde da antevéspera de Natal para comparecer na segunda-feira seguinte (o primeiro dia útil) no PORTO, mesmo aqueles que se candidataram a outros Centros de Estágio.
Hoje de manhã veio mail a confirmar que se tratou de lapso, e que eu devo comparecer em Lisboa.
Dão licença que pergunte o que é que justifica que de 9 de Novembro a 22 de Dezembro não tenha havido sinais do que quer que fosse, e seja precisamente na antevéspera de Natal que são expedidas notificações para comparência na entrevista a partir do primeiro dia útil seguinte, com Natal e fim de semana pelo caminho?
Eu sei que a maior parte dos advogados trabalha aos fins de semana, mas que raio: notificar no Natal ???????

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal

A todos os que me seguem deixo os meus Votos de um Santo e Feliz Natal.
Com a minha música de Natal, que já o era no ano passado... O tempo passa mas há coisas que não mudam.

domingo, 19 de dezembro de 2010

2010 em poucas palavras

Projecto de vida
Neve
Estupefacção
Traição
Casamento
Gritos vindos de longe
Cansaço
Férias
Stress
Campanha
Eleições
Ponto de Ordem.

Nada correu como tinha sido planeado, e tive sorte.
Afectos consolidados e afectos (re)nascidos, dois filhos e duas enteadas.
Tudo acontece por uma razão, e tive sempre razão na antecipação de comportamentos.

Amigos que interessam consolidados, nada havia mais a alijar.

Novos desafios e maior exposição.

A vida é bonita, é bonita e é bonita !

domingo, 5 de dezembro de 2010

Maternidade

Faz hoje 14 anos que vi o meu filho pela primeira vez.
Eu já o conhecia, dos hábitos de sono e de movimento e principalmente da calma com que se anunciava.
Revelou-se cá fora igual àquilo que tinha sido cá dentro.
É verdade aquilo que se diz: não há amor igual ao amor por um filho e é absolutamente instantâneo.
Passaram 14 anos de sustos, de doenças, de notas boas e menos boas, mas principalmente de alegrias, risos, pedidos de um beijo e festas antes de dormir, a cabeça encostada no meu ombro...
Ao olhar para o meu filho, hoje quase do meu tamanho, penso que alguma coisa hei-de ter feito bem na vida, para merecer ser Mãe de alguém assim.
Ele não é perfeito, porque ninguém é, e eu sou excessivamente dura para ser uma Mãe cega aos defeitos dos filhos.
Mas uma coisa sei: se todas as pessoas fossem iguais ao meu filho mais velho não havia guerra em lado nenhum, porque ele transmite tranquilidade apenas por estar presente.
Sou capaz de perdoar tudo, menos uma coisa: não se metam com os meus filhos nem os atinjam quando me querem atingir a mim. Porque se o fizerem, depois não digam que eu não avisei...
Muitos parabéns, João!!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

5 anos...

Lembrei-me tanto de si, durante o mês que passou...
Como sempre, em meados de Novembro começou aquela "comichão" de saudade e a melancolia de mais um aniversário.
Depois veio o 1º de Dezembro, aniversário de outras coisas mas também do dia em que o vi sair do Salão Nobre para entrar num carro cheio de flores.
Houve eleições, também no Salão Nobre, e de si encontrei lá o rasto da lembrança.
Nunca mais entrarei naquela Sala sem me lembrar de si, sem o sentir presente.
Parece que ainda ontem tinha comigo a sua documentação do VI Congresso para lhe entregar, e dúvidas para discutir consigo na próxima sessão.
Ainda não foi este ano que a data veio e passou sem que eu me emocionasse.
Ainda não foi este ano que fui capaz de me esquecer de si, o Formador no Zingarelho.