Porque é que no dia em que a cédula muda de azul para vermelho o advogado que na véspera era estagiário passa a agir como se nunca tivesse sido estagiário?
Porque é que no dia em que passa a advogado vê os estagiários como ameaça/concorrência?
Como é possível que um estagiário que se queixava alto e bom som de que o queriam impedir de se inscrever a título definitivo, no dia em que tem a inscrição efectiva esquece as reclamações do passado e concorda com todas as restrições ao exercício da profissão e mais algumas que hão-de inventar?
Desta vez, eu tenho resposta (ou vontade de a dar...): falta de coluna vertebral e falta de qualidade técnica.
O BOA não tem razão quando diz que há advogados a mais. O que há a mais são advogados sem qualidade, que olham de alto para os estagiários que na véspera eram Colegas, que não têm a mais pequena ideia do que é a solidariedade entre Colegas...
O que há em excesso é gente sem qualidade para ser Advogado.
Pelo andar da carruagem, receio que em poucos anos deixe de haver Advogados, para haver licenciados em direito inscritos na OA.
Por enquanto ainda há quem perceba o que quero dizer. Daqui a alguns anos a maior parte dos que são mais novos do que eu nem sequer vai saber de que é que eu estou a falar. Porque para isso tinham de ser Advogados.
mas existe solidariedade entre Colegas? Se calhar sou eu, imho, que preciso de mudar de lentes, porque até hoje ainda não vi nenhuma
ResponderEliminarNesse caso, meu caro Colega, tem tido azar ou anda nisto há pouco tempo :). Garanto-lhe que há Colegas que são solidários, entre si e com a Ordem. São cada vez menos, admito, mas existem.
ResponderEliminarSubscrevo absoluta e inteiramente o post. Faltam "príncipes" à Advocacia. Homens livres que confiantes no seu mérito e no seu trabalho não temem senão o arbítrio dos juízes. Advogado digno do título profissional não teme "concorrências" de colegas. Nem pode ver no estagiário ameaça de espécie alguma. (tenho aqui umas "peças" de uma advogada - digamos assim - com 10 anos de (má) prática que fazem corar as pedras da calçada: erros ortográficos, de sintaxe básica, pontuação caótica...enfim. É esta "advocacia" que o actual BOA quer proteger para perpétuar?
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