Os litígios só existem entre os Clientes, não se estendem aos Advogados.
Alguns clientes têm, às vezes, dificuldade em compreender como é possível que o seu advogado seja amigo do advogado que representa a parte contrária, "aquele malandro".
Não compreendem que o advogado tem a capacidade e a competência necessárias para separar o objecto do litígio das relações pessoais, e que o facto de ser amigo do mandatário da contraparte não afecta (não pode afectar!) o modo como exerce o patrocínio.
Quem está a começar nesta profissão depara-se com a mesma dificuldade em perceber que "trabalho é trabalho e conhaque é conhaque", muitas vezes porque o sangue na guelra, tão característico da gente nova, interfere com a objectividade necessária à condução do processo.
Mas depois passa, no advogado estagiário que nem sempre no cliente.
Basta começar a fazer, tendo a noção das mais elementares regras deontológicas, para se perceber que é fácil fazer a distinção entre a defesa de uma posição processual e as relações pessoais dos intervenientes.
Nunca mais me esqueço de um julgamento na Póvoa de Lanhoso: dois Colegas "picados" durante toda a sessão; requerimentos agressivos para aqui; respostas duras; vozes um pouco elevadas etcetc. No fim do Julgamento, ja mais calmos, encontraram-se os dois no átrio do Trib., abraçaram-se e começaram os dois a chorar!
ResponderEliminarPor acaso até já me aconteceu algo semelhante, e o mais engraçado é que já não via o meu amigo (colega) à muito tempo, por isso na sala "da mentirita" fomos 2 bárbaros a gladiarmos pelo interesse dos nossos clientes...acabou e já cá fora grandes e longos elogios e abraços e acabamos num restaurante... No dia a seguir o meu cliente pergunta se eu estava contra ele... Ups... lá lhe expliquei e compreendeu, e no fim foi ele o ganhador da quesília, e o meu amigo ligou-me e fomos novamente almoçar... Dito isto, aprás-me concluir que deve haver peso e medida!
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