segunda-feira, 27 de abril de 2009

Burra todos os dias

Há dias em que me sinto particularmente burra, e não percebo coisas que devem ser lineares para outros. Por exemplo:
Se é evidente que só se aprende o ofício de advogado "fazendo", treinando em casos pouco complexos e de reduzida responsabilidade antes de "meter a mão" em casos complicados, porque é que os estagiários só podem participar no sistema de acesso ao direito com substabelecimento do Patrono?
Assim de repente, estou a pensar que se o Patrono não quiser ou se achar que tem mais que fazer, não se inscreve no AJ. E se não se inscreve, o estágiário que dele depende fica de fora...
Eu percebo porque é que um jovem médico começa a treinar suturas em cabeças partidas e dedos cortados, ou coisa parecida, antes de ter autorização para abrir o corpo de uma pessoa doente. Não começa logo por uma apendicectomia, que nem deve ser das intervenções mais complicadas. Digo eu... Mas eu devo ser, de facto, muito burra.
Ou, como dizia o Dr. JC Mira, "porque é que eu não fui para padre?".

5 comentários:

  1. Se calhar pelo exemplo que referiu havia, e há, necessidade, de se pensar, ou repensar, o modelo dos Patronos...mas isto sou eu a dizer...só cá estou a ler o blog :)

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  2. Há que repensar, não apenas o modelo do Patrono, mas muitos outros, incluindo o do estágio e o da formação contínua. Mas isto sou eu a dizer, que só cá venho desabafar :)

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  3. No fundo, no fundo temos que fazer como Jesus Cristo e mandar abaixo o Templo fazê-lo de novo... epa se calhar devia ir para padre (hummmmmmmmmmm...). Acho que deve ser realmente deveras pensado na actual conjectura da sociedade e toda a sua envolvência

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  4. Pois é, Teresa, já somos duas [burras :-)]
    Há uns dias atrás deu-me um ataque de saudosismo e fui passar os olhos sobre as comunicações ao histórico I Congresso dos Advogados, realizado em 1972, uma das quais sobre o estágio, da autoria do Dr. Carlos Lima. Ora vê aqui:
    http://www.oa.pt/upl/%7B55e0ac23-ad73-4f42-80a9-72acb53419cd%7D.pdf
    Estava-se em 1972, altura em que existiam [apenas] umas centenas de advogados, e lê o que aí se refere sobre o estágio. Depois, lê as conclusões sobre este tema, que estão aqui:
    http://www.oa.pt/upl/%7B86015adc-14f4-42ca-9036-216a4eae00dd%7D.pdf
    A memória é curta, não é?

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  5. Eu NUNCA conseguirei atingir a "ratio legis" deste malfadado regulamento que trata os estagiários como imberbes irresponsáveis, ao mesmo tempo que passa um atestado de incompetência aos Patronos. Mas enfim...Se o Prof. Vital Moreira entendeu, quem sou eu para o contrariar.
    Entretanto, aproveito para lhe pedir o favor de me permitir participar na Comunidade do Direito. Ficava muito grato se me convidasse para o diniscost@gmail.com
    Cumprimentos
    Dinis Costa

    PS- O meu Patrono não se inscreveu no sistema. Permite-me tratar das diligências (dos processos) para as quais entende qe estou preparado . Tem funcionado!

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