quarta-feira, 1 de abril de 2009

Ficção na oratória

O improviso não existe.
Há coisas que se dizem de improviso, e um Advogado é frequentemente confrontado com a necessidade de "dizer coisas" sem que tenha sido previamente alertado para tal.
Mas aquilo que muitas vezes parece um improviso não o é.
Há Advogados que têm um dom natural para falar sem recorrer a notas, que contam uma piada no meio de um discurso e até parece que se lembraram de repente... Pura ilusão.
Um bom "improviso" é estudado ao pormenor, sopesa-se cada palavra, pondera-se a reacção do(s) destinatário(s) àquilo que se afirma e prepara-se o "grand finale".
Sim, porque há duas coisas difíceis num discurso: a entrada e a saída.
Por onde se começa, para captar a atenção? E o que se diz no fim, de modo a que fique uma impressão duradoura daquilo que se disse?
A boa notícia é que se se pode aprender a fazer discursos, designadamente em alegações (debates), também se pode aprender a treinar "improvisos".

2 comentários:

  1. Paulo Farinha Lopes6 de abril de 2009 às 11:59

    Mas algumas vezes, pode haver mesmo o chamado do improviso, tour court, certo? PFL

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  2. Certo. E nós falamos muitas vezes de improviso. Mas se reparar, costumamos falar de assuntos que conhecemos, sobre os quais pensámos antes de saber que tínhamos de falar sore eles. Portanto, até aí o improviso é relativo :)

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