sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Mentiras de quem interessa

Tenho fama de ter mau feitio e admito que às vezes tento ter o proveito respectivo.
Porém, essa fama deriva do facto de eu ser frontal e não ter "papas na língua", o que leva a que eu nem sempre seja politicamente correcta.
Pode haver muitas explicações para eu ser assim, mas suponho que a principal assenta na circunstância de eu não tolerar a mentira ou a dissimulação, e não as tolerando nos outros obviamente que não as admito em mim própria.
Quando vejo a frase anterior escrita assim, até parece uma frase banal. :)
Mas sou incapaz de encontrar palavras que descrevam a que ponto eu fico transtornada quando apanho alguém a mentir (alguém que interesse, como é evidente).
A mentira deixa-me fora de mim, "tira-me completamente do sério".
Tenho no meu curriculum várias omissões, todas com o intuito de poupar alguém a um facto desagradável. Mas não há ninguém que possa dizer que me apanhou a mentir.
Perdi muitos amigos ao longo da vida, por ser assim, e perdi uma amiga recentemente. Apanhei-a a dissimular, a mentir, por causa duma coisa que até pode ser considerada ridícula. Não a confrontei. Não vale a pena. Ela sabe que me mentiu e eu também. Ficamos assim e tenho pena, porque a vida dá muitas voltas e os amigos deviam permanecer apesar dos pesares.
A profissão que tenho desenvolveu em mim um radar de mentirosos, e às vezes bem que gostava de o desligar.
Quando alguém que é amigo ou companheiro nos mente, talvez fosse melhor não dar por isso, não saber... Olhos que não vêem coração que não sente.
Há mais de uma década alguém foi dizer mal de mim à minha prima mais velha (por causa do meu mau feitio...). Não estávamos de boas relações, mas a minha prima conhecia-me bem e respondeu "A Teresa pode ter aquele feitio mas ela é aquilo que ali está. Receie em vez dela os lobos em pele de cordeiro."

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